quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A leitura da obra “Guernica”

O pintor espanhol Pablo Picasso nasceu em Guernica, antiga aldeia da região basca. No contexto da obra Guernica, a Espanha sofria com os horrores da Guerra Civil Espanhola e com da ditadura franquista. No dia 26 de Abril de 1937 a pequena aldeia, com pouco mais de sete mil habitantes, foi atacada por toneladas de bombas incendiárias pelas forças nacionalistas que apoiavam o General Francisco Franco. O General atacou Guernica cruelmente, com o único intuito de promover a barbárie, pois aquela região da Espanha era desprovida de possíveis estratégias de guerra, tanto do lado dos republicanos quanto do exército franquista. Esse ataque foi considerado um dos piores da História, o símbolo da barbárie.
Pablo Picasso, ao saber das atrocidades ocorridas em sua cidade natal, revoltado, pintou o quadro Guernica em pouco tempo. A obra foi para Picasso uma forma de protesto contra a guerra civil espanhola e a ditadura franquista. O desejo do artista era despertar nas pessoas que apreciariam a pintura o repudio à guerra. A obra permaneceu muito tempo em Paris, Picasso pediu que o quadro só retornasse à Espanha quando o país novamente fosse uma democracia. Hoje Guernica encontra-se no Museu do Prado, em Madri. O pintor foi um dos precursores do Cubismo, pintou a obra Guernica trinta anos após sua primeira obra Cubista, Les demoiselles d’Avingnon. Guernica é considerada uma pintura cubista, é possível notar na obra as características do cubismo ao apresentar as figuras de forma desarmoniosa, subjetivas.
A obra de arte para um artista moderno como Picasso cumpre sempre uma função social. Ao observarmos a tela nos deparamos com figuras que expressam aflição, dor, insegurança, sofrimento, como a mulher com a criança no colo e o cavalo. As cores usadas pelo pintor em tons cinza e nas cores preta e branca nos remetem à morte, ao horror, ao desumano, à guerra e à destruição. Os aspectos simbólicos da obra expressados pelas figuras do touro, da flor, da mão que segura uma espécie de lamparina são fortes e passíveis de várias interpretações. São figuras que no conjunto da obra nos dão a ideia da luta, da violência acontecida no vilarejo e ao mesmo tempo representam o recomeço, a esperança de um povo inocente que se viu massacrado pela ambição de outros.

Por Bruna Ribeiro.

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